Cunha
A última alteração feita nesta página foi em: 7/2/2012
Sign InView Entries
Página em actualização constante!
Por favor, volta amanhâ!
 
 
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
 
 
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
 
Fernando Pessoa
Add this page to your favorites.
A Origem do sobrenome Cunha
 
 
 
O sobrenome CUNHA designa uma das linhagens mais antigas de Portugal e Espanha. Eis aqui as teorias mais credíveis – científicas - para a origem do nome Cunha.
 
 
 
A origem “Divina”:
Desde o começo do judaísmo que Kohen é o nome dado aos sacerdotes na Torá, cujo líder era o Kohen Gadol (Sumo Sacerdote de Israel), sendo que todos deveriam ser descendentes de Moisés. Embora seja verdade que muitos descendentes de kohanim ostentam sobrenomes que refletem a sua genealogia, existem muitos outros com o sobrenome (ou qualquer variação), que nem sequer são os kohen judeus.

Existem inúmeras variações ao sobrenome Kohen. Estas são frequentemente alteradas pela tradução ou transliteração para outras línguas, tais como: Cohen (Inglês), Kohn (Alemão), Conklin (Holandês/Neerlandês), Caen (Francês), Coen (Italiano), canno (Espanhol), Cunha (Português), etc.

Depois da destruição de Jerusalém pelos romanos, os judeus iniciaram uma diáspora, tendo muitos deles vindo para a península Ibérica (Portugal e Espanha), tendo ficado conhecidos como Judeus Sefarditas (A palavra “Sefardita” tem origem na denominação hebraica para designar a Península Ibérica: “Sefarad”). Com a conquista de Granada pelos Reis Católicos (Espanha), a inquisição forçou a expulsão ou a conversão da população “não cristã” ao catolicismo. Os que não fugiram – denominados de “Cristãos Novos” – esconderam e adaptaram os seus costumes e nomes às exigências dos fanaticamente católicos. Batizados à força, estavam ligados ao comércio e à navegação (sobretudo, aos descobrimentos portugueses), muitos dos judeus foram mandados para as novas colónias portuguesas de então, nomeadamente para o Brasil (apesar da origem do nome deste País estar normalmente associado ao “Pau Brasil” mas, a palavra hebraica “Barzel” quer dizer FERRO…).
 
 
A origem “Nobre”:
Segundo a tradição, D. Payo Guterres (da Silva [?]), homem nobre e rico, natural da Gasconha (sudoeste de França), que veio para o Condado Portucalense com seu Pai, D. Guterre, na companhia do Conde D. Henrique de Borgonha - pai do primeiro Rei de Portugal - foi o responsável por este nome. Essa tradição está envolta em quatro teses, a saber:
 
 
Cunhas de ferro
"D. Payo ganhou Torres Novas e que foi o primeiro que se chamou "Cunha", porque durante os cercos colocava cunhas de ferro nas portas, para que os inimigos não pudessem sair; e por isso lhe deram por divisa nove cunhas azuis em campo de oiro" (Visconde Sanches de Baena, "Pombeiro da Beira").
 
 
Estandarte
Esta versão dá conta de que, quando de um cerco dos Mouros a Lisboa, uma bandeira Portuguesa colocada na muralha do Castelo estava prestes a tombar, vergada sob a força do vento. Apercebendo-se do facto, os Mouros impediam que os Portugueses se lhe acercassem - pois obter o estandarte Português seria já uma vitória - e faziam cair uma verdadeira chuva de setas naquele lugar. D. Payo Guterres terá desafiado a morte para segurar a bandeira com duas cunhas, ao que El-Rei D. Afonso Henriques, acompanhando a peripécia, teria exclamado: "A cunha, a cunha!". E desta voz real e das cunhas lhe terá ficado o apelido.
 
 
 
9 Cunhas
Esta versão conta que, quando o Rei Cristão cercava Lisboa em 1147, D. Payo Guterres mandou meter várias cunhas no castelo e por elas subiu com os seus, conquistando-o assim por este ato de bravura. O rei ordenou então que, como prémio desse feito, aquele personagem usasse do apelido Cunha e que adotasse como brasão d'armas, as nove cunhas de que se tinha servido para escalar o castelo.
 
 
Toponímia
Sobrenome encontrado em Portugal e Espanha, classificado como sendo um toponímico (estudo linguístico ou histórico da origem do nome próprio de um local), pois tem origem geográfica.

Tal classificação se refere aos sobrenomes cuja origem se encontra no lugar de residência do nominado original. Nomes de origem habitacional alertam para a origem do progenitor da família, seja uma cidade, vila ou simplesmente um lugar identificado por uma característica topográfica.
No que diz respeito ao sobrenome Cunha, este é derivado do lugar denominado Cunhas, em Portugal. O primeiro a batizar um filho com o sobrenome Cunha foi Dom Payo Guterres da Silva, já citado, homem nobre e rico, governador das muitas terras do Rei de Portugal. Ao nascer o seu terceiro filho, Dom Payo registou-o com o nome de Fernão Dias da Cunha, em homenagem ao lugar denominado Cunhas onde se localizava a Quinta da Cunha, que era a sede do governo local, e cujo prédio possuía o formato de uma cunha. Era um lugar de destaque na região, onde o rei costumava passar os seus dias de descanso. Fernão Dias da Cunha tornou-se o senhor da Quinta da Cunha, vindo a participar do conselho do reino. Ao longo de sua existência ele ocupou várias posições de importância na casa real. Foi o provedor da Ordem de Cristo e mestre da Ordem da Rosa. Por decreto Real, foi-lhe concedido o brasão de armas.
 
 
 
O Brasão
O brasão é uma insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre conferido, em regra, por grande merecimento.
O brasão de armas dos Cunha contém nove cunhas na cor azul, postas em 3, 3 e 3. O ouro simboliza a nobreza e a generosidade. A cor azul denota fidelidade e firmeza. O timbre contém grifo sainte de ouro, semeado de cunhas na cor azul, com asas de um no outro. A origem do brasão é portuguesa.
 
 
 
Os mais ilustres 
Cabe destacar entre os membros da família outras personalidades de destaque:
Tristão da Cunha (1460-1540) - nomeado primeiro vice-rei da Índia
Nuno da Cunha (1487-1539) - militar e governador da Índia;
Francisco da Cunha, citado em 1540 - escritor português;
D. Rodrigo da Cunha (1577-1643) - arcebispo de Lisboa
D. Luís da Cunha (1662-1749) - diplomata português
João Cosme da Cunha (1715-1783) - Eclesiástico português, também conhecido por Cardeal da Cunha
José Anastácio da Cunha (1744-1788) - matemático e militar e português;
Pedro Alexandrino da Cunha (1801-1850) - militar português da Abrilada, eleito deputado por Angola;
 
 
 
Cunha